Roommate – 15

Encontrei Erik pra almoçar pouco depois que cheguei no escritório. Fui mais cedo pra lá para terminar de resolver umasquestões com meu chefe, que queria antes do almoço.
-ei. – nós cumprimentamos com um beijo demorado o rosto e nos sentamos em um cantinho isolado do restaurante.
Estava um dia bem frio, graças a tempestade que caiu no final de semana e à frente fria que chegou, ou seja, o restauranteestava bem vazio. Ele era quase na esquina do meu escritório com a academia de treino de Erik, por isso era o local perfeito pra nos encontrar. Todo decorado com flores e de madeira. Eu adorava o cheiro daquele lugar.
– eita, parece que a gripe de Noah passou pra você, huh? – foi a primeira coisa que ele disse quando nos sentamos. Sério. Aprimeira.
Franzi o cenho, me fazendo de idioma por um minuto. 
– ele mandou mensagem final de semana cancelando nosso ensaio extra, dizendo que estava bem gripado. Sua voz está bemfanha e o nariz vermelho… A não ser que andou chorando ?
– ah. – soltei uma arfada disfarçada de riso. – é. A gripe dele deve ter passado pra mim.
Erik riu, me olhando, por alguns segundos antes de pegar o cardápio e encará-lo por uns segundos.
– o que você vai beber?
– um chá gelado está ótimo. – respondi ele.
– você come carne?
– até demais. – sorri, olhando-o.
– o que acha da gente dividir esse bife, com essa salada. – me mostrou no menu. Parecia delicioso. Assenti, positivamente com acabeça fazendo ele rir.
Chamamos o garçom e enquanto ele saia, anotando nossos pedidos, perguntei:
– que dia posso aparecer na academia pra fazer um treino legal?
– hoje mesmo. Tenho um horário disponível as 18h – falou, colocando os cotovelos em cima da mesa e cruzando seus dedos.
– bom pra você?
– sim. Vou sair do escritório e ir pra lá.
– mas você tem roupa? – ele disse, apontando com a cabeça pra minha blusa social.
– tenho. – ri, olhando-o. – eu sempre saio com um look de treino na bolsa.
– você costuma fazer exercício todo dia?
– no mínimo 3 vezes na semana. Gosto muito. Meu trabalho me deixa estressada as vezes, meus país me deixavam estressadatodos os dias… Acabei adquirindo essa rotina mais saudável.
– por isso que você se mudou?!
– aham. – falei, enfatizando, bebendo meu chá gelado.
– e quais são seus planos pro futuro?
– me formar. Passar de estagiária a advogada do escritório. Ter grana pra sustentar um lugar só meu.
– maneiro – ele disse, me olhando. – morar sozinho é a melhor coisa do mundo. Lavo a louça quando eu quero, ninguém meperturba.. É uma maravilha.
– e seus pais?
– são de Winsconsin. Eu os visito umas duas ou três vezes por mês. – ergui a sobrancelha.
– e desde quando você montou a banda com Noah?
– ah, a gente se conheceu no High school. Era uma banda sem muitas pretensões. Até começar,os a abrir os festivais do colégio deganhar certa notoriedade. Como não tínhamos emprego ainda, era legal tirar uma grana daquilo.
– muito legal! E hoje vocês continuam ainda.
– é. É bom porque é um laço forte que tenho com meu passado.
Que gosto muito. É como se fôssemos parte do meu passado que eu goste de manter ativa na minha vida.
Nossa comida chegou e comemos e conversamos por mais uma hora. Até eu me dar conta de que precisava voltar pro escritório.
Erik insistiu em pagar a conta e me levou até a porta do escritório.
– te encontro às 17h então, né? – ele disse, segurando em minha cintura.
– promete que vai levar leve? – ele tinha braços fortes e tatuados.
Se esse homem me jogasse no chão, ele me quebraria.
– você vai pedir pra eu pegar pesado.
Com aquele sorriso irresistível na mente, entrei no escritório toda arrepiada.
Trabalhei que nem uma condenada o dia todo. Respondi e-mail, fiz café, conversei com cliente novo… Fiz literalmente de tudo.
Por volta de 17:00 troquei de roupa, colocando uma roupa mais confortável para treinar e fui pra academia de Erik.
Deixei minhas coisas em um canto, e um outro professor começou às instruções: pediu pra que, enquanto Erik terminava deatender uma aluna, eu fizesse um aquecimento. Alongamento, flexão, abdominal.
– já está assim? – Erik veio na minha direção, rindo de deboche porque eu parecia acabada, descansado entre um abdominal eoutro.
– você não me irrita. – eu disse, olhando pra ele.
– parece que o coelho te deu um perdido.
Demorei a entender, mas logo percebi que ele estava falando do filme.
– porque a Alice do filme ta sempre correndo atrás do coelho. Entendeu? – ele riu, esticando uma mão pra eu pegar e levantar.
– nossa tinha tanto tempo que eu não ouvia piadas com meu nome. – puxei-o, levantando-me.
– vamos logo, coelhinha. – rimos com meu novo apelido.- vou te dar luvas e vamos começar com uns chutes simples no saco, ok?! -ele apontou com a cabeça pra o saco de espuma pendurado na parede.
– beleza.
Coloquei as luvas, Erik me posicionou e começamos o treino. A forma que ele, vez ou outra, segurava em minha cintura parame endireitar e me ajudar, me deixava nervosa. Mas era uma boa sensação.
– isso, bora! Anda. – os incentivos dele, também, eram necessários quando eu já sentia minhas forças esgotadas.
Depois de uma hora e meia de treino, terminamos. Eu mal conseguia andar.
Lavei meu rosto no banheiro, arrumei meu cabelo e saímos juntos da academia, seu horário também havia terminado.
Erik tinha um bom senso de humor, eu gostava da forma que ele me fazia rir. Saímos, juntos, ainda conversando e ele me zoando.
Mas fez bastante elogios sobre minha forma física e força, também.
Ao chegar na porta do meu prédio, Erik deu um sorriso e partiu para cumprimentar um senhorzinho que estava saindo dali.
– Sr. thompson! Quanto tempo!
O velhinho, que estava de terno e bem vestido, sorriu, abraçando Erik.
– você não para de crescer, hein, rapaz?! E essa dai, é namorada, é?
Eu sorri, abaixando a cabeça.
– é a roommate do Noah, tio! Alice, esse é o pai de Noah. 
-ah, é um prazer! – eu disse, cumprimentando ele. – deu pra suspeitar a semelhança.
– é. Ele é bonitão que nem o pai. Ne? – eu e Erik rimos, assentindo com a cabeça.- meu filho comentou que você cuidoudele esse final de semana. Por causa da gripe. Obrigado. Qualquer dia eu venho com mais calma pra você cozinhar a famosa macarronada que você faz que ele tanto me fala.
– pode deixar. – eu disse, corando um pouco.
– até, garotos. Se cuidem. -disse o pai de Noah, sorrindo e se despedindo.
– até. Foi um prazer.
– até a próxima, Tio. Se cuida.
Depois que ele saiu, Erik segurou em minha cintura, dizendo:
– acho que estou ficando um pouco gripado, também…. – fingiu uma tosse.
– uma pena, porque achei que pudéssemos nos ver amanhã de novo. – disse eu, me virando pra entrar no prédio.
– não! Estou ótimo! Eu juro. – nós dois rimos. – até amanhã, Erik
– eu te mando mensagem. – piscou, mexendo no cabelo e indoembora.
Quando cheguei em casa, Noah estava na cozinha.
– ei. – disse eu, chegando perto.
– ei. – ele disse, por cima do ombro.
– conheci seu pai. – falei, Abrindo a geladeira para pegar um pouco de água.
Ele sorriu, me olhando.
– foi?
– aham. Eu e Erik encontramos ele agora, na porta do prédio.

O sorriso logo foi embora.
– Erik? – ele pigarreou, franzindo a sobrancelha.
– treinei com ele hoje.
– vocês andam treinando bastante, huh? Acho que vou querer entrar nessa amizade saudável. – falou, chegando atrás de mim e colocando meu cabelo de um lado só, beijando minha nuca.
Amizade saudável?Risos.

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